OS SECRETÁRIOS DE SEGURANÇA DO GOVERNO ROSEANA FORAM COVARDE DE MAIS COM O SARGENTO DIGO
Dentre as várias injustiças que o governador Flávio Dino tem para
reparar uma é a situação do sargento Francisco Oliveira Diogo ferido
gravemente durante uma abordagem na cidade de Paulo Ramos. Como
consequência do episódio o sargento Diogo ficou paraplégico. O Estado
não lhe amparou sequer com a promoção por bravura.
Francisco Oliveira Diogo sempre foi um policial considerado pela classe
como “operacional”. O termo designa aqueles PMs que gostam de operações,
que são atuantes no campo e que se destacam pela coragem no serviço. Na
região de Paulo Ramos, investigou e combateu o plantio de maconha,
contabilizando a destruição de 12 mil pés da erva. Contudo, sargento
Diogo é conhecido por todos como uma pessoa educada e polida que sempre
teve a capacidade de resolver os problemas com calma e prudência. Foi
por isso que recebeu a incumbência de comandar o policiamento na cidade
de Paulo Ramos, cidade encravada numa região marcada pela ocorrência de
pessoas armadas em via pública e por indivíduos que gostam de resolver
as querelas na base da bala.
E foi para conter a ameaça de um desses indivíduos que na noite do dia 3
de novembro de 2013 o sargento tomou a frente de uma guarnição policial
e foi verificar a denúncia de que um homem estaria portando arma de
fogo em praça pública. O acusado era Alexandro Andrade, membro de uma
das famílias temidas na região os “Freire Andrade”. Alguns membros da
família tem histórico de prisão por receptação de veículo roubado,
atropelamento com omissão de socorro e até por assassinato.
Alexandro já havia sido preso uma vez, não sem reagir à voz de prisão
dada pelos policiais, apresentando trabalho para ser dominado.
Localizado, os policiais constataram que o mesmo estava armado e mais
uma vez Alexandro não aceitou ser preso. O sargento Diogo contou à
reportagem do Blog, sobre o momento da abordagem: “Não tinha como
dominá-lo. Tentamos muito e para que ele pudesse ser contido tivemos que
feri-lo em uma das pernas. Ele estava com um revolver calibre 38”.
No hospital o sargento Diogo foi vítima de 3 tiros
Alexandro foi levado pelos policiais para o hospital, quando estava
sendo atendido e com a ocorrência aparentemente sob controle, chegou
Silvado Andrade Silva, tio de Alexandro. Armado, o homem desferiu três
tiros contra o sargento Diogo, um dos tiros acertou a coluna vertebral.
O restante da ocorrência foi um drama. O sargento Diogo ficou
imobilizado no chão. Um dos soldados que estava na guarnição correu para
se salvar. O outro tentou prestar auxilio ao sargento e quase foi
vitimado quando Alexandro que estava em uma maca tentou tomar a arma do
PM.
“Eu fiquei ali no chão. Não podia me mover mas estava lúcido e
observando o soldado Wagner aflito tentando administrar a situação. Ele
pedia reforço policial e ao mesmo tempo tentava manter as pessoas
afastadas e ainda chamava o pessoal do hospital par me socorrer. Foi
tudo muito rápido, quando o rapaz tentou puxar a arma do soldado ele
reagiu e atirou primeiro”, contou o sargento Diogo.
O motorista da ambulância se recusou a prestar socorro
O socorro que deveria ser prestado ao sargento Diogo poderia ter sido de
forma mais eficaz se não fosse o clima de terror que se instalou na
cidade. Uma evidencia disso foi a atitude do motorista da ambulância em
se negar a levar o sargento para Bacabal, com medo de que o veículo
fosse interceptado por algum membro da família Freire Andrade.
Quem conhece a região sabe bem do que muitas pessoas são capazes. E numa
situação em que o individuo entra num hospital e dispara três vezes
contra um policial militar armado, o que se pode esperar? Tudo.
O sargento Diogo relata: “Foi complicado. Eu ali ferido tendo que ser
resgatado e não tinha como sair da cidade. O rapaz da ambulância estava
aterrorizado. Temia pela vida dele. Felizmente apareceu um voluntário e
se dispôs a me transportar”.
Sem a devida atenção do Estado
Passados 14 meses do episódio, o sargento Diogo continua na ativa, não
como policial, mas como cidadão que procurou dar o melhor na sua
profissão. Com disciplina superou a fase de internação no hospital e
teve que se habituar à vivência numa cadeira de rodas.
O caso do sargento Diogo é um dos muitos registrados com policiais
militares e civis que são feridos no exercício da profissão e para os
quais o Estado não dá a atenção devida. São homens e mulheres que agem
em nome do Estado para conter indivíduos que afrontam o Estado. Nesses
momentos, falta aos críticos e defensores do respeito aos direitos
humanos, a percepção de que estamos diante de um ser humano, com seus
direitos não respeitados pelo Estado.
Os direitos humanos devem sempre ser observados, principalmente diante
da violência estatal para com o cidadão. O mesmo se dá no caso em que um
servidor estatal é vítima da violência e o Estado não lhe ampara nem
numa promoção por bravura.
Blog do Louremar
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