Por Robson Paz
Por
muitos anos a imagem do Centro Histórico de São Luís esteve relacionada
ao abandono de um dos mais exuberantes e ricos conjuntos coloniais e
arquitetônicos do planeta. Por isso mesmo, São Luís foi reconhecida pela
Unesco cidade patrimônio cultural da humanidade, em meados da década de
90.
Esquecida
por sucessivos governos e pelos “nobres” detentores de casarões, que se
desmancham em ruínas, o Centro Histórico voltou a respirar cultura,
turismo e convivência. As ruas, praças e becos, que serviam como locus para
a prática delituosa, passaram a ser frequentadas pela população, que,
passo a passo, vai tomando para si este patrimônio, que lhe pertence.
Várias
iniciativas propiciam esta virada de página. Entre as quais a acertada
política executada pelo governador Flávio Dino, que colocou entre as
prioridades das políticas públicas do turismo três grandes polos –
Centro Histórico, Lençóis Maranhenses e Chapada das Mesas.
No
polo que compreende São Luís e Alcântara destacam-se a recuperação de
casarões, equipamentos culturais e praças, em parceria com os governos
do federal e municipal. A reforma da Praça Nauro Machado; do Teatro
Alcione Nazaré; da Casa de Cultura Josué Montello; a Escola de Música; o
Convento das Mercês; a Praça da Alegria; além de investimentos
privados, como o Centro Cultural da Vale, entre outras.
Para
além da melhoria estrutural, a programação cultural e feiras atraem
maranhenses e turistas de outros estados e países a conhecerem os
encantos de nosso Centro Histórico. Ações que conferem vida ao paço da
história ludovicense, como a Feirinha de São Luís, realizada na Praça
Benedito Leite. Este é por certo dos melhores exemplos capazes de
sintetizar a mudança porque passa o nosso Centro Histórico. Naquele
espaço, antes silente e macambúzio, passeia a alegria, a inclusão, a
confraternização, aliando oportunidade e entretenimento. A cidade
cuidando e se apropriando da cidade. Famílias, pais, filhos, jovens,
crianças, amigos que se reencontram para conversar e admirar as belezas
de nossa terra.
Oportunidade
para pequenos produtores familiares e do artesanato local para
comercializarem seus produtos. Os grupos culturais, que encontram mais
um espaço para apresentar seus talentos.
A
cidade está redescobrindo seus encantos e de sua gente. O projeto
Férias Culturais, Quinta do Reggae e Mais Cultura e Turismo dão vida,
liberdade e alegria às ruas da Praia Grande. A juventude revisitando
cartões postais, como as fontes das Pedras e do Ribeirão. Integrando
turismo, história e cultura.
Todo
este conjunto de iniciativas suplanta quase duas décadas de descaso.
Mas há quem pragueje contra nossa cidade, sob pretexto de que estaria
abandonada, e tente atribuir a esta um descaso e abandono patrocinado
pelos apreciadores de penínsulas, ilhas cada vez mais distantes do povo.
Adoradores do poder, que em meio século pouco fizeram e sempre que têm
oportunidade agem nas sombras para evitar que São Luís e Maranhão
reencontrem sua vocação para o desenvolvimento com inclusão social,
valorizando nossa cultura e nosso patrimônio.
Radialista, jornalista. Secretário adjunto de Comunicação Social e diretor-geral da Nova 1290 Timbira AM
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