OS GOLPISTAS COVARDES
BRASIL 247
Pouca gente sabe, mas, em seu primeiro mandato, a presidente Dilma
Rousseff produziu fartos superávits fiscais, com 2,94% do PIB em 2011,
2,18% em 2012 e 1,72% em 2013. Apenas em 2014, com a retração da
economia global e em especial dos preços do petróleo, houve um déficit
de R$ 17,2 bilhões, equivalente a 0,57% do PIB.
Em 2015, ciente da nova realidade fiscal, Dilma substituiu Guido
Mantega por Joaquim Levy e estava disposta a zerar esse pequeno rombo,
com um ajuste ortodoxo que previa a volta da CPMF e também uma pequena
reforma da Previdência.
O que aconteceu depois disso, no entanto, já é história. PMDB e PSDB,
nas figuras de Eduardo Cunha e Aécio Neves, se aliaram para sabotar
todas as iniciativas do governo federal, promovendo a política do
"quanto pior, melhor" com suas pautas-bomba. Resultado: não houve ajuste
e o Brasil fechou 2015 – ano em que Dilma, na prática, não governou –
com um déficit de R$ 115 bilhões.
Veio 2016 e as contas públicas pioraram ainda mais. Embora o discurso
da coalizão que promoveu o impeachment sem crime de responsabilidade
fosse o da seriedade fiscal, o rombo foi de R$ 154 bilhões, dentro de
uma meta generosa de déficit de R$ 179 bilhões que Michel Temer aprovou
junto a sua base fisiológica. Curiosamente, enquanto falava em ajuste,
Temer concedia aumentos a castas do funcionalismo, para saltar da
interinidade à efetividade presidencial.
Agora, em 2017, o Brasil passou a operar com déficits mensais na casa
dos R$ 20 bilhões – mais do que Dilma fez em todo o ano de 2014,
provocando tanta histeria. Os rombos de Temer foram fruto não apenas da
inexistência de qualquer ajuste fiscal, mas sobretudo porque a gestão de
Henrique Meirelles, incapaz de ligar os motores do crescimento,
aprofundou a depressão econômica – em dois anos, as receitas federais
caíram cerca de 10%, com a paralisação total da atividade econômica.
Agora, com a decisão de mais do que dobrar os impostos sobre os
combustíveis, a mentira simplesmente caiu por terra. O Brasil rodou,
rodou, matou sua democracia sob a alegação de descalabros fiscais e
produziu rombos orçamentários muito mais profundos. Quem é que vai pagar
por isso? Você, é claro.
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