PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS VÃO CAIR COM NOVA DIRETORIA DA PETROBRÁS, GARANTE LULA.
Jean Paul Prates (Foto: SERGIO MORAES/REUTERS | Marcos Oliveira/Agência Senado) |
247- (Reuters) - Indicado
pelo governo eleito para a presidência da Petrobras, o senador Jean Paul Prates
(PT-RN) disse nesta sexta-feira que a política de preços de combustíveis do
país mudará no governo Lula, mas afirmou que isso não significa descolar
totalmente os valores pela estatal dos emocionados no mercado internacional.
A jornalistas após reunião com o presidente eleito Luiz Inácio
Lula da Silva, Prates defendeu rever a utilização do Preço de Paridade de
Importação (PPI) como referência para os preços internos dos combustíveis, uma
vez que o Brasil é "quase" autossuficiente em refino, mas notou que
não se pode "traumatizar os investidores".
"Quando falar em extinguir ou parar de usar o PPI como
referência, não é que vamos desgarrar o preço completamente do mercado
internacional, o país não é louco, não vamos criar uma economia paralelamente
no Brasil", disse.
"Quer dizer que vamos parar de balizar o preço da porta da
refinaria com o preço de um produto produzido em lugares completamente
aleatórios, distantes, do mundo, mais frete e mais despesas de colocação."
Prates disse ainda que a política de preços da Petrobras mudará
"não necessariamente para traumatizar o investidor, nem o retorno dos
investimentos", mas porque a "política do país vai ser
alterada".
"A mudança de diretrizes de preços... vai ser dada por um
consórcio do governo, Ministério da Fazenda, Ministério de Minas e Energia,
Petrobras também, Conselho Nacional de Política Energética. Esse pessoal vai
dizer 'olha, temos que chegar em uma fórmula, alguma coisa de referência, que
não seja apenas o preço de Rotterdam mais despesas", explicou.
Sobre sua indicação a CEO da estatal, ele avaliou que poderá ser
efetivado no cargo em meados de janeiro e disse que está "totalmente
tranquilo" sobre a Lei das Estatais em relação à sua indicação.
Prates indicou que, quando assume o posto, ainda leva um tempo
para que as decisões comecem a serem tomadas. "Temos que nos organizar e
saber como a companhia está, todo mundo aqui é responsável, ninguém vai sair no
primeiro dia já anunciando uma coisa."
A escolha de Prates para presidir a Petrobras confirma a
intenção do governo eleito de promover uma grande mudança na estratégia da
petroleira, que nos últimos anos colocou grande parte de seus investimentos na
exploração e produção de petróleo no pré-sal. Prates já indicou que quer a
petroleira com uma atuação mais diversificada e com transição energética.
"A própria discussão da política de combustíveis também vai
ganhar uma trégua... provavelmente vamos ter uma trégua de 30,60 dias para
segurar os impostos", acrescentou.
A proposta de Prates vai na linha das promessas de campanha do
presidente eleito, após o país ter sofrido nos últimos anos os efeitos da
volatilidade dos preços do petróleo, cujo mercado foi fortemente atingido neste
ano pela guerra na Ucrânia e embargos à Rússia.
As ADRs da Petrobras negociadas em Nova York operaram perto de
uma estabilidade nesta tarde. A bolsa B3 estava fechada nesta sexta-feira.
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